quinta-feira, 30 de maio de 2019

Vamos falar de amor?


Não, não enlouqueci.

Também não estou mudando o objeto do blog.

Apenas acredito que ser torcedor é um ato de amor.




Afinal, a gente sempre torce para que as pessoas que amamos estejam sempre saudáveis, felizes, alcancem metas, conquistem objetivos, realizem sonhos e tenham o sucesso que almejam – não importando qual seja a definição de sucesso de cada um.

Com um clube de futebol, é a mesma coisa.

A gente ama o clube, o time, os jogadores e torce, a cada partida, para que eles tenham sucesso e saiam de campo, felizes e saudáveis.

Entretanto, nesse caso, o conceito de sucesso é bem mais específico: é entrar em campo, marcar mais gols que o adversário e sair com a vitória.

No caso da Final em Baku, o sucesso teria sido voltar para casa com o troféu no avião.

Não conseguimos.

Mas será, eu me pergunto, que o fato de o nosso time amado não ter conseguido obter o sucesso que nós – e eles – desejávamos, é razão para sair despejando impropérios, amaldiçoando jogadores e treinador, desejando a saída deste ou daquele?

Pessoalmente, acredito que não.

Acredito que amar é muito mais que sair agredindo o ser amado quando ele não corresponde aos nossos desejos, quando ele nos decepciona, quando ele nos magoa.

Uma vez eu li que temos o hábito de “amar por que”, quando, na realidade, deveríamos “amar apesar de”.



Acho que faz todo o sentido, afinal, amar pelas virtudes é muito fácil. O amor só se prova se sobrevive aos defeitos.

E, se cada pessoa, é um poço das duas coisas, imaginem um time de futebol – que é composto de 11 indivíduos diferentes, de diferentes origens, com diferentes modos de criação, diferentes percepções do mundo e da vida?

Quer dizer, 11 são apenas os que entram em campo juntos, mas não podemos esquecer os reservas, o técnico.

Sair chamando o time de “time de M”, como eu vi uma conceituada página fazer, para mim, é como o homem que bate na esposa quando ela queima o arroz.

E isso, meus amigos, não é amor.

Além do mais, se deixarmos de lado esse sentimento que chamam de “paixão”, “amor” (que mais se assemelha a ódio) e analisarmos friamente a temporada, o conjunto da obra não foi tão horrível assim.

Há 13 anos (segundo eu li) não chegávamos a uma final de competição europeia.

Chegamos. Com dificuldades. Com desfalques. Contra um adversário grande, que desejava o mesmo que nós. Na primeira temporada de Unai Emery.

Nessa temporada nos despedimos de Ramsey (que não poderia jogar por estar lesionado), Welbeck (que estava lá, à disposição) e de Cech (que foi titular).

Vocês acham mesmo que eles gostariam de se despedir de forma tão melancólica?

Ramsey voou da Itália para Baku com o único objetivo de apoiar seus ex-colegas de clube. Vocês acham que era aquele resultado que ele queria?

Welbeck estava lá, à disposição. Vocês acham que ele não queria ter tido a chance de fazer alguma coisa para mudar o resultado?

Cech, coitado, jogou a última partida da sua carreira. Vocês acham que era dessa forma que ele gostaria de iniciar sua aposentadoria?

Não podemos deixar de mencionar, também, que o horário do jogo era um tanto ingrato.

Para nós, começou às 16 horas. Para eles, eram 23 horas. Alguém aí já imaginou disputar uma partida dessas a essa hora da noite?

Alguém aí já imaginou o quanto o fuso horário pode ter interferido no comportamento dos envolvidos?

E nem venham me falar que isso é besteira, quando grande parte dos brasileiros reclamava do horário de verão – que era uma hora só.

Portanto, se após considerar todos esses aspectos, você continuar se achando no direito de dizer que o time é um lixo, que tem que vender todo mundo, seria bom você reconsiderar, também, se intitular torcedor.

E, por favor, nunca mais diga, escreva, publique 




Amar dói, machuca, mas vale a pena.

O amor verdadeiro supera tudo e segue buscando, sempre, o que o objeto de seu amor tem de melhor.

Deixo aqui um pedido: ame o time.

Mas, ame de verdade.

Com força, com paixão, com adoração.

Procure sempre os pontos positivos.

Afinal, os negativos, os adversários se encarregam de apontar.

Comece a fazer esse exercício de amor agora.

Enquanto estamos “de férias” do time.

Fortaleça esse amor para a próxima temporada.

Nossos Gunners precisam de você!


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