Vocês queriam emoção?
Tivemos emoções variadas, como de hábito.
Vivemos a alegria de sair na frente, a frustração do
empate, a decepção da virada, o alívio do empate e a felicidade da vitória.
Foi um clássico com todos os ingredientes: arbitragem
duvidosa, confusão entre jogadores e viradas.
Os gols
Arsenal
Aubameyang
Em cobrança de escanteio, Vertonghen coloca a mão na bola
e o árbitro marca o pênalti.
O gabonês vai para a cobrança, abrindo o placar e assumindo
a liderança na artilharia do campeonato.
E não foi só isso que ele fez.
O empate.
Aos 56 minutos, nosso artilheiro volta a brilhar.
A jogada se inicia com uma enfiada por baixo de Bellerín
para Ramsey que dá um toque ajeitando para Aubameyang, de primeira, de longe,
mandar a bola para o fundo das redes, sem chances de defesa para Lloris.
Com esse segundo gol dele no jogo, fica isolado na
artilharia, com 10 gols e seus concorrentes com 08.
Curiosidade: nas suas últimas 10 finalizações certas (no alvo), Aubameyang
anotou 10 gols. É uma média impressionante!
Contudo, a tarde do gabonês não foi composta só de
alegrias.
Ao marcar o primeiro gol, torcedores adversários jogaram
casca de banana no campo.
LAMENTÁVEL é a palavra para descrever esse tipo de
atitude preconceituosa e inadmissível nos dias de hoje.
Espero, realmente, que haja punição aos responsáveis.
Lacazette
Foyth dá uma bobeada, a bola sobra para o francês, que
ajeita no pé esquerdo e bate rasteiro. No caminho, a bola ainda toca o pé de
Dier, tirando Lloris do lance e entra no cantinho.
É o gol da virada, aos 74 minutos.
A torcida vai à loucura!
Torreira
Aos 77 minutos, a confirmação da vitória.
Torreira recebe lançamento, fica frente a frente com
Lloris e bate firme, com raiva, marcando seu primeiro gol com a camisa Gunner.
Sua comemoração é absolutamente emocionada.
Esquece até das regras e tira a camisa, sendo devidamente
advertido com o cartão amarelo, como dita a regra – por mais que a gente não concorde.
Tottenham
Dier
Cobrança de falta de Ericssen, Dier desvia a bola que vai
para o gol, empatando o jogo.
No twitter, vi
muitos ingleses – torcedores e jornalistas -, revoltados, alegando que haveria
impedimento de Dier no lance.
Confesso que não consegui ver claramente para poder
concordar ou discordar, mas não duvido.
Todavia, não basta a suspeita sobre a validade do gol,
Dier ainda provocou uma grande confusão.
Ao comemorar seu gol, levou o dedo à boca, fazendo sinal
de silêncio para a torcida mandante, exatamente onde estavam os reservas se
aquecendo.
Os gunners
reagiram e estava armada a confusão, envolvendo vários jogadores.
Dier foi punido com cartão amarelo pela provocação.
Harry Kane
Quatro minutos depois (aos 34), Harry Kane coloca os
Spurs na frente, em cobrança de pênalti duvidoso, para dizer o mínimo!
Para mim e Mario Marra, o pênalti foi inexistente mesmo.
Son desce para o ataque em velocidade, cai na área e Mike
Dean marca o pênalti, pois ele viu Holding tocando o pé do Sul-coreano.
Curioso é que SÓ ele viu. NINGUÉM mais conseguiu ver tal
toque.
A arbitragem
Mike Dean
É simplesmente ridículo (e não no bom sentido) que Mike Dean
apite determinados jogos.
Esse árbitro deveria ser impedido de apitar jogos do
Arsenal, do Tottenham e, obviamente, os confrontos diretos entre os dois.
Não são poucas as imagens dele comemorando gols dos
Spurs.
Se, realmente, Dier estava impedido no primeiro gol,
temos dois gols dados de presente pela arbitragem.
Em um jogo quente como é o North London Derby isso é muito perigoso.
Por todas as confusões havidas entre os jogadores,
durante a partida, fica claro que o favorecimento da arbitragem, para qualquer
dos lados, pode ter consequências desastrosas.
Pelo menos, no quesito disciplina, ele até que foi
correto.
Deu amarelos por faltas duras e/ou antijogo; por
provocação; por tirar a camisa na comemoração.
E ainda expulsou Vertonghen, aos 85 minutos, após
apresentar o segundo amarelo em lance de falta – o primeiro foi apresentado no
lance do pênalti.
Considerações finais.
Após o apito final, Sokrátis ainda disse para Son que ele
se jogou no lance do pênalti.
Depois desse belo clássico de grande rivalidade, podemos
tirar algumas conclusões.
Unai Emery, sem dúvida, deu uma “alma” nova ao time.
É muito bom vê-lo, na área técnica, gesticulando,
gritando, vibrando, pensando em como melhorar o que não está bom.
Também é muito bom ver que ele não tem medo de mexer no
time no intervalo, se necessário.
E, dentro de campo, é possível ver que a sua
personalidade afeta positivamente os jogadores.
Há algum tempo não víamos tanta garra, tanta raça, tanta
luta, tanta entrega, tanto “sangue nos olhos” para disputar a bola, buscar o
resultado.
Faz muito bem à torcida, ver o seu time de coração
buscando, lutando, aliando raça coletiva à técnica individual de cada jogador.
Temos visto que mudou a “mentalidade”.
Se antes, o time parecia acomodado e perdido nas
derrotas, agora vemos um time que não se conforma e corre atrás, literalmente.
Fica claro, pelo menos para mim, que Emery consegue tirar
o melhor de cada jogador.
Tem uma estatística que ainda precisa ser melhorada:
temos dificuldades de conseguir ir para o intervalo com a vantagem no placar.
Por outro lado, apesar dessa “estatística negativa”, no
segundo tempo, temos conseguido empatar ou virar o jogo.
Os meninos Torreira e Guendouzi foram ÓTIMAS aquisições.
E, por serem muito jovens, a tendência é que melhorem
mais e mais.
Mas Unai Emery não mudou apenas a forma do time se
comportar em campo.
Mudou a forma da torcida se comportar na arquibancada.
O Emirates sempre foi conhecido como um teatro, pelo
comportamento apático da torcida local.
Nesse jogo pudemos ver a torcida gritando, incentivando o
time o tempo inteiro.
E, nos minutos finais, pudemos ouvir – graças à incrível
sensibilidade de Paulo Andrade – a torcida gritando “olé” a cada toque na bola.
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