terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Arsenal 4 x 2 Tottenham – O clássico raiz!

Vocês queriam emoção?

Tivemos emoções variadas, como de hábito.

Vivemos a alegria de sair na frente, a frustração do empate, a decepção da virada, o alívio do empate e a felicidade da vitória.

Foi um clássico com todos os ingredientes: arbitragem duvidosa, confusão entre jogadores e viradas.

Os gols

Arsenal

Aubameyang




Em cobrança de escanteio, Vertonghen coloca a mão na bola e o árbitro marca o pênalti.

O gabonês vai para a cobrança, abrindo o placar e assumindo a liderança na artilharia do campeonato.

E não foi só isso que ele fez.

O empate.

Aos 56 minutos, nosso artilheiro volta a brilhar.

A jogada se inicia com uma enfiada por baixo de Bellerín para Ramsey que dá um toque ajeitando para Aubameyang, de primeira, de longe, mandar a bola para o fundo das redes, sem chances de defesa para Lloris.

Com esse segundo gol dele no jogo, fica isolado na artilharia, com 10 gols e seus concorrentes com 08.

Curiosidade: nas suas últimas 10 finalizações certas (no alvo), Aubameyang anotou 10 gols. É uma média impressionante!

Contudo, a tarde do gabonês não foi composta só de alegrias.
Ao marcar o primeiro gol, torcedores adversários jogaram casca de banana no campo.

LAMENTÁVEL é a palavra para descrever esse tipo de atitude preconceituosa e inadmissível nos dias de hoje.

Espero, realmente, que haja punição aos responsáveis.

Lacazette



Foyth dá uma bobeada, a bola sobra para o francês, que ajeita no pé esquerdo e bate rasteiro. No caminho, a bola ainda toca o pé de Dier, tirando Lloris do lance e entra no cantinho.

É o gol da virada, aos 74 minutos.

A torcida vai à loucura!

Torreira



Aos 77 minutos, a confirmação da vitória.

Torreira recebe lançamento, fica frente a frente com Lloris e bate firme, com raiva, marcando seu primeiro gol com a camisa Gunner.

Sua comemoração é absolutamente emocionada.

Esquece até das regras e tira a camisa, sendo devidamente advertido com o cartão amarelo, como dita a regra – por mais que a gente não concorde.

Tottenham

Dier

Cobrança de falta de Ericssen, Dier desvia a bola que vai para o gol, empatando o jogo.

No twitter, vi muitos ingleses – torcedores e jornalistas -, revoltados, alegando que haveria impedimento de Dier no lance.

Confesso que não consegui ver claramente para poder concordar ou discordar, mas não duvido.

Todavia, não basta a suspeita sobre a validade do gol, Dier ainda provocou uma grande confusão.

Ao comemorar seu gol, levou o dedo à boca, fazendo sinal de silêncio para a torcida mandante, exatamente onde estavam os reservas se aquecendo.

Os gunners reagiram e estava armada a confusão, envolvendo vários jogadores.

Dier foi punido com cartão amarelo pela provocação.

Harry Kane

Quatro minutos depois (aos 34), Harry Kane coloca os Spurs na frente, em cobrança de pênalti duvidoso, para dizer o mínimo!

Para mim e Mario Marra, o pênalti foi inexistente mesmo.

Son desce para o ataque em velocidade, cai na área e Mike Dean marca o pênalti, pois ele viu Holding tocando o pé do Sul-coreano.

Curioso é que SÓ ele viu. NINGUÉM mais conseguiu ver tal toque.

A arbitragem

Mike Dean

É simplesmente ridículo (e não no bom sentido) que Mike Dean apite determinados jogos.

Esse árbitro deveria ser impedido de apitar jogos do Arsenal, do Tottenham e, obviamente, os confrontos diretos entre os dois.

Não são poucas as imagens dele comemorando gols dos Spurs.

Se, realmente, Dier estava impedido no primeiro gol, temos dois gols dados de presente pela arbitragem.

Em um jogo quente como é o North London Derby isso é muito perigoso.

Por todas as confusões havidas entre os jogadores, durante a partida, fica claro que o favorecimento da arbitragem, para qualquer dos lados, pode ter consequências desastrosas.

Pelo menos, no quesito disciplina, ele até que foi correto.

Deu amarelos por faltas duras e/ou antijogo; por provocação; por tirar a camisa na comemoração.

E ainda expulsou Vertonghen, aos 85 minutos, após apresentar o segundo amarelo em lance de falta – o primeiro foi apresentado no lance do pênalti.

Considerações finais.

Após o apito final, Sokrátis ainda disse para Son que ele se jogou no lance do pênalti.

Depois desse belo clássico de grande rivalidade, podemos tirar algumas conclusões.



Unai Emery, sem dúvida, deu uma “alma” nova ao time.

É muito bom vê-lo, na área técnica, gesticulando, gritando, vibrando, pensando em como melhorar o que não está bom.

Também é muito bom ver que ele não tem medo de mexer no time no intervalo, se necessário.

E, dentro de campo, é possível ver que a sua personalidade afeta positivamente os jogadores.

Há algum tempo não víamos tanta garra, tanta raça, tanta luta, tanta entrega, tanto “sangue nos olhos” para disputar a bola, buscar o resultado.

Faz muito bem à torcida, ver o seu time de coração buscando, lutando, aliando raça coletiva à técnica individual de cada jogador.  

Temos visto que mudou a “mentalidade”.

Se antes, o time parecia acomodado e perdido nas derrotas, agora vemos um time que não se conforma e corre atrás, literalmente.

Fica claro, pelo menos para mim, que Emery consegue tirar o melhor de cada jogador.

Tem uma estatística que ainda precisa ser melhorada: temos dificuldades de conseguir ir para o intervalo com a vantagem no placar.

Por outro lado, apesar dessa “estatística negativa”, no segundo tempo, temos conseguido empatar ou virar o jogo.

Os meninos Torreira e Guendouzi foram ÓTIMAS aquisições.

E, por serem muito jovens, a tendência é que melhorem mais e mais.

Mas Unai Emery não mudou apenas a forma do time se comportar em campo.

Mudou a forma da torcida se comportar na arquibancada.

O Emirates sempre foi conhecido como um teatro, pelo comportamento apático da torcida local.

Nesse jogo pudemos ver a torcida gritando, incentivando o time o tempo inteiro.

E, nos minutos finais, pudemos ouvir – graças à incrível sensibilidade de Paulo Andrade – a torcida gritando “olé” a cada toque na bola.

Raro um narrador ter a atitude de silenciar por alguns momentos, para que seus telespectadores possam “sentir” a atmosfera do estádio, ouvindo a torcida.


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