Já era previsto que haveria emoção nesse jogo.
Mas não imaginei que fossem tantas...
Parecia até especial do Roberto Carlos: “são tantas já vividas, são momentos que eu
não me esqueci”.
Podemos dividir o jogo, literalmente, em dois tempos.
O primeiro foi como um filme de terror – para nós.
A cada ida do Liverpool ao ataque, o fantasma do possível
gol nos assustava.
Até que, aos 26 minutos, o fantasma se materializou e
Coutinho abre o placar encobrindo Cech.
Fomos assim para o intervalo, muito graças à sorte, que
impediu o aumento do placar pelos visitantes.
Para os 45 minutos finais, Wenger tirou Monreal e colocou
Mustafi.
No entanto, parecia que a troca não faria nenhuma
diferença.
Aos 52 minutos, Salah amplia o placar, após a bola
desviar justamente em Mustafi e tirar Cech do lance.
Pronto, o trem fantasma estava completo.
Jogando em casa, diante da torcida e perdendo de dois a
zero.
Mas, eis que, de repente, os Gunners resolvem lembrar que um parque não é feito de um brinquedo
só.
E partimos para a montanha russa.
Um minuto depois, aos 53, sem dar muito tempo para os Reds comemorarem o segundo gol, Alexis
diminui o placar, de cabeça.
O carrinho começa a subir...
Aos 56, vem o empate. Xhaka manda uma bomba de fora da área,
Mignolet ainda tenta fazer a defesa, mas não evita que a bola acabe no fundo
das redes.
O carrinho sobe mais um pouco...
Aos 59, é a vez de Özil deixar o seu. Após receber passe
de calcanhar de Lacazette, bate cruzado, de cavadinha e vira o jogo.
O carrinho chega no alto...
Aí vem o problema.
Quando o carrinho chega no alto, na montanha russa, ele
desce.
E desceu.
Aos 71 minutos, novo empate.
Dessa vez, a bomba sai dos pés de Firmino e, a exemplo de
Mignolet, Cech tenta desviar a bola, mas ela acaba entrando no gol.
Frango lá, frango cá?
Talvez sim. Talvez não.
O fato é que saímos atrás no placar, viramos o jogo e
sofremos o empate.
Fomos de não somar pontos, a somar três pontos e acabamos
com um só.
Dos males o menor: melhor empatar que perder.
Mas
esse empate doeu.