E não é que conseguimos assumir a liderança?
Pelo menos de forma provisória.
Tudo pode mudar amanhã, após o jogo do Chelsea.
Mas, até lá, fique feliz, comemore. Vai que amanhã a
liderança se confirma.
Mais uma vez, tive problemas para assistir. Parece até
praga.
O bom é que conseguimos mais uma vitória. Mais três pontos.
Estamos disputando o topo, palmo a palmo.
Acho que já ficou claro que, essa temporada, temos tudo
para acreditar.
Só não podemos “cantar vitória antes do tempo”.
Como
eu ando enfrentando dificuldades técnicas para acompanhar os jogos com a atenção
devida, nosso querido colaborador João HenRique Alves – que entende do assunto
muito mais que eu -, vai nos brindar com seus comentários a respeito do jogo:
“Chegamos
à 15ª rodada do campeonato lutando forte pela ponta da tabela.
Mais
do que isso: com um futebol fluido, rápido e eficaz.
Hoje,
contra o Stoke, provamos que nosso elenco é, sim, muito profundo: Ramsey de
fora (porque ele é o Ramsey), deu lugar a Xhaka que, quando não estava suspenso,
vinha jogando.
Ele
e Coquelin se revezaram na missão de proteger a zaga e levar a bola ao campo de
ataque.
Ox
jogou na ponta e hoje teve lampejos que ajudaram o time a chegar mais fácil à
vitória.
Walcott
jogou bem em um dia que Alexis não brilhou, mas fez o papel tático muito bem.
Gabriel
jogou como um lateral mais fixo, mais protegendo o flanco do que dando
amplitude ao lado do campo. Quando Mustafi se lesionou (deve ficar na geladeira
até o Boxing Day), o feioso brasileiro voltou para sua posição de origem, dando
lugar a um Bellerín que estava no banco por precaução.
O
time mudou e Özil, que vinha jogando mais na armação pelo lado direito, pôde
ficar mais livre, flutuando pela meiuca, como vinha jogando anteriormente, já
que a dupla Bellerin-Walcott funciona “bem pra caramba” na armação/proteção como
dizem aqui na roça.
Por
outro lado, se Monreal e The Ox não se entendem tão bem assim, pelo menos hoje
conseguiram fazer várias transições bacanas de jogo.
Apesar
de sem criatividade no primeiro tempo, o time foi se aprumando e entendendo
como furar o esquema de defesa da moda, que libera um meio campista para fazer
uma linha defensiva de 5 jogadores.
É
Mourinho fazendo escola do “bus stop”.
O
jogo começou com as equipes se estudando e o fantasma dos anos anteriores, com
um time desinteressando e lento, tentando, na base do futebol arte, entrar na
zaga brucutu, mas bem montada.
Foi
preciso um gol de juizão pra nos fazer acordar.
Por
volta dos 29’, Xhaka combateu Allen dentro da área e o juizão marcou pênalti.
Eu,
pessoalmente, acho que não foi: os dois disputam a bola e o braço do Bonitão
Suíço sobrou na altura do rosto do jogador do Stoke.
A
força dos dois foi proporcional. Porém, muitos acharam que foi. Tanto que Allen nem vermelho ficou.
Como
sabemos que Cech salva chute à queima roupa, mas não pega um penal, o gol do
adversário foi o remédio amargo que precisávamos: o time acordou e passou a
exercer a sua velha e boa pressão na saída de bola.
Com
a lesão de Mustafi, Bellerín havia entrado pouco antes (aos 25) e deu um ânimo
incrível ao nosso flanco direito.
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Créditos na Imagem |
No
finalzinho do primeiro tempo, nossa aplicação tática deu certo: Xhaka deu toque
preciso para Alexis no meio, que virou a jogada para nossa flecha espanhola.
Ele
dominou, levantou a cabeça e serviu Walcott no primeiro pau, que fez seu
centésimo gol por clubes na carreira.
Não
dou muita bola para essas estatísticas (centésimo gol por clubes na carreira,
daqui a pouco vão contar: 50 gols com a perna direita, 10º gol no sábado de
aleluia, etc. o que vale é bola na rede, orra....)
Assim
viramos o tempo no 1x1.
No
segundo tempo, a conversa no vestiário deu resultado: Wenger fez o seu biquinho
francês e com o seu já famoso inglês carregado de sotaque gaulês disse: “We
have to apply more high pressing”.
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Créditos na Imagem |
E
os meninos entenderam. Nossa marcação na saída era maluca, e o Stoke não
demorou a entregar a peteca: aos 49, depois de recuperar mais uma bola no meio,
a redonda sobrou para The Ox que, num momento de clarividência que não lhe é
muito peculiar, fez um lançamento milimétrico para Özil.
O
tedesco zóiudo com seu sentido de aranha já sabia o que fazer bem antes da bola
chegar: deu um toquinho com o cocuruto pra vencer o goleirão Grant e marcar um
belo tento, que nos colocou pela primeira vez em vantagem no placar.
A
partir desse momento, o jogo virou e nosso ânimo também: aplicamos nosso
4-2-3-1 com maestria, não demos espaços e fomos firmes na marcação das pontas.
O
Stoke se acovardou com a bola, que queimava nos pés dos Potters. Sua única
jogada era com Shaqiri, que foi muito bem anulado por nossa ótima marcação por
zona.
Aos
69, The Ox sai, dando lugar ao jovem Iwobi.
Quatro
minutos depois, o gigante Crouch entrou no lugar de Diouf.
E, prontamente,
no escanteio batido por Shaqiri, quase devolveu a igualdade ao placar, fazendo
Cech trabalhar para impedir o tento, na única chance real dos Potters no jogo
inteiro.
Aos
75, em jogada iniciada pelo Granito no flanco direito do ataque, Iwobi toca
para Alexis, que tenta a imersão na área.
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Créditos na Imagem |
Ele
vai para o drible e é derrubado por Indi (e depois pisoteado de propósito na
maldade pelo grosso Allen), a bola sobra para o Iwobi, que estava ligado no
lance: ele avança e toca na saída no número 33 para ampliar o marcador e deixar
o jogo do jeito que queríamos: controlado e sem sustos.
“No
alarms and no surprises, please”, como já dizia o poeta Thom Yorke.
Aos
75, nosso Niño Maravilha deu lugar ao Deus Grego Giroud só pra galera poder cantarolar
contente a musiquinha no nosso esquife de ferro (a torcida não empolga mesmo.
Com 3-1 no placar e a chuva fina, o Emirates parecia um túmulo).
Ele
teve uma chance numa cabeçada que pegou no ombro.
Ademais,
o jogo seguiu sem sustos ao seu fim e somamos mais três pontos em caixa, para
chegar à liderança do campeonato.
Nossa
campanha é excelente até o momento, 15 jogos, com 10 vitórias, 4 igualdades e
apenas 1 revés, com 36 gols marcados no melhor ataque do campeonato e apenas 15
tentos sofridos, saldo de positivos 21, melhor da competição ao lado do Império
do Mal Racista.
Corroborando
o que disse ao início: nosso elenco profundo nos dá totais esperanças de lutar
até o fim pelo título, já que os outros times não parecem ter tal consistência,
excetuando o Império do Mal Racista que encaixou seu jogo à la italiana, com um
monte de zagueiros e correria no ataque.
Bem,
é isso por hora, aviso aos navegantes: vamos apoiar o time mais e parar com
essa viadagem (opa, olha o politicamente incorreto no texto aí gente) de ficar
com “traumas de passado” de que “ficaremos em 4º na PL” e “morreremos nas
oitava da Champions”.
Estamos
fazendo por merecer mais do que isso.
E
nós merecemos mesmo!
Um abraço.”