quinta-feira, 9 de março de 2017

Arsenal 1 x 5 Bayern – O Massacre II

A nossa temporada europeia acabou.

Tudo bem que, por mais otimistas que fossem os torcedores do Arsenal, no fundo, no fundo, ninguém acreditava piamente na classificação.

A principal função do torcedor é, justamente, torcer.

Isso serve para o torcedor de qualquer clube.

Para o torcedor do Arsenal, tem um elemento a mais: o sofrimento.

Para o torcedor do Arsenal, não basta torcer, tem que sofrer.

Sofrer nas vitórias – que, raramente, são tranquilas e, óbvio, sofrer muito mais nas derrotas.

Apesar de tudo isso, como eu disse lá em cima, como ninguém acreditava piamente na possibilidade de classificação, achei que o sofrimento seria menor.

Não foi.

E não foi por algumas razões:

1) depois dos primeiros 10 minutos de controle total do Bayern, o Arsenal conseguiu começar a jogar;

2) depois dos primeiros 10 minutos, o Arsenal conseguiu ter a posse da bola;

3) depois dos primeiros 10 minutos, o Arsenal conseguiu armar jogadas;

4) depois dos primeiros 10 minutos, o Arsenal conseguiu ir para o ataque;

5) depois dos primeiros 10 minutos, o Arsenal conseguiu levar perigo à meta de Neuer;

6) dez minutos depois dos primeiros 10 minutos, Walcott abriu o placar, batendo cruzado, no alto, direto para o gol, surpreendendo a muralha alemã, que, certamente achou que ele iria cruzar para a área.

Créditos na Imagem

Esse gol acendeu o time e a torcida.

Claro que ainda era bem complicado conseguir a classificação, ainda faltavam 03 gols, mas começamos precisando de 04, então, faltava menos um.

Óbvio que o Bayern não ficou só assistindo. Eles também jogaram, atacaram, levaram perigo à meta de Ospina, mas já não “mandavam” no jogo.

Havia um jogo. Duas equipes se enfrentando.

Tivemos o primeiro equívoco da arbitragem que deixou de marcar um pênalti de Xabi Alonso em Walcott, mas, vida que segue.

Veio o intervalo, com o Arsenal em vantagem no placar.

Na segunda etapa começou o pesadelo.

Aos 52 minutos, a arbitragem marca um pênalti, inexistente, de Koscielny em Lewandowski.

Vocês conhecem o ditado: “desgraça pouca é bobagem”?

Pois é.

Não bastava a marcação do pênalti, a arbitragem resolve expulsar o Koscielny.

Terminado o momento indignação/reclamação dos Gunners, o próprio Lewandowski cobrou o pênalti e empatou a partida.

Com esse gol “arranjado”, a missão da equipe londrina voltou a complicar mais um pouco, já que teria que, novamente, marcar 04 gols para conseguir a classificação.

Vocês podem até não acreditar no que vou contar agora.

Eu costumo assistir os jogos e ir anotando os eventos mais importantes para poder escrever os textos depois (não posso confiar na memória) e, no exato instante em que o Bayern empatou o jogo, eu anotei: “A arbitragem acabou com um jogo que estava muito bom. O Arsenal vinha comandando e podia chegar ao segundo gol a qualquer momento.”

Dito e feito.

Daí em diante, os comandados de Wenger perderam o foco, o ânimo, ficaram nitidamente abalados.

Afinal, ter um pênalti a favor não marcado, um pênalti inexistente marcado, um jogador (nosso melhor zagueiro e capitão) expulso injustamente abalou profundamente o psicológico do time.

Como disse o comentarista do jogo, o Arsenal foi triplamente punido: o pênalti, a expulsão e o gol.

Concordo que nossos jogadores deveriam ser mais “cascudos” e não se deixar abalar tão facilmente, no entanto, todos nós sabemos que aspecto psicológico não é o forte deles.

Diante desse cenário, tudo que o Bayern precisou fazer foi jogar.

E eles jogaram.

E fizeram mais 04 gols: Robben, aos 68; Douglas Costa, aos 78 e Vidal, aos 80 e 85 minutos.

O que doeu nesse jogo, o que fez o torcedor sofrer não foi a eliminação – isso era previsível.

O que doeu foi essa “ajuda” desnecessária que o Bayern recebeu.

Eles são superiores, individualmente e como equipe e não precisam de “empurrãozinho do juiz”.

O fato é que eles continuam disputando a Champions League e nós não.

Pela sétima vez consecutiva, o Arsenal é eliminado nas oitavas de final.

Que, pelo menos, essa eliminação sirva para que se inicie uma reformulação na equipe, a começar pelo técnico.

Não há mais clima para Arsène Wenger continuar.

A torcida não o tolera mais.

Parece que alguns jogadores também não.

Aparentemente, só quem tolera o francês é a diretoria.

Afinal, Stan Kroenke, o maior acionista não está interessado em títulos, enquanto o clube der lucro.

Confesso que tenho algumas preocupações a respeito.

Um dos meus medos é que, com a saída do Boss (como Wenger é chamado), venhamos a descobrir que o problema, na verdade não era ele.

Outro medo é que, com a saída do Boss o Arsenal amargue anos de resultados piores que um 4º lugar e classificação para a Champions League.

Por mais que isso seja pouco para um time de tamanha grandeza, não é uma tarefa tão simples conseguir esse feito por vários anos a fio.

Agora só nos resta aguardar o fim da temporada e ver o que acontece: se Wenger fica ou sai e quantos/quais jogadores partirão em busca de títulos em outros gramados.

Especula-se que, um dos primeiros a partir é Alexis.

Embora eu não goste de comentar especulações (acho tempo perdido), isso ficou meio que visível na sua atitude.

O “chileno maravilha” foi pego rindo logo após o 5º gol dos bávaros, numa demonstração, a meu ver, de total desrespeito à camisa que estava vestindo, aos companheiros, à torcida.

Não sei como vocês sentiram isso, mas para mim, doeu muito. Muito mais que a derrota e a eliminação.

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