Foi um jogo difícil, muito disputado e longo.
Foram 120 minutos de sofrimento.
Foram 120 minutos de agonia.
Foram 120 minutos de emoção.
Foram 120 minutos para a classificação.
Foram 120 minutos para respirar aliviado.
Foram 120 minutos para comemorar.
A agonia e o sofrimento aumentaram aos 62 minutos, quando
Agüero abriu o placar, originado num contra-ataque, após uma cobrança de
escanteio do Arsenal.
Parecia que estava decretado o fim do sonho de conquistar
pelo menos um título essa temporada.
Mas, enquanto há jogo, há esperança.
E ainda restavam 28 minutos, no mínimo, de bola rolando.
Então o inacreditável aconteceu.
O empate chegou aos 71 minutos e veio dos pés de Monreal,
que após receber cruzamento de Ox, bateu forte, sem chances para o goleiro
Bravo, marcando seu primeiro gol na temporada com a camisa gunner.
Curiosamente, o empate, trouxe emoções distintas: alívio
por não perder; esperança de prosseguir na competição e, mais 30 minutos de
sofrimento e agonia.
Sim. O jogo só acabaria quando tivesse um vencedor.
E a vitória só veio na prorrogação.
A virada aconteceu aos 100 minutos, numa cobrança de
falta, bola na área, Welbeck “fura”, a bola sobra para Alexis que manda para as
redes, carimbando a passagem para a final.
Novamente, alívio, alegria, esperança.
No entanto, a agonia e o sofrimento ainda não haviam
acabado.
Era preciso segurar o resultado por mais 20 minutos.
E eles conseguiram!
Foi uma semifinal emocionante, como já era de se esperar.
Afinal, a partida tinha todos os ingredientes necessários
para isso.
Duas grandes equipes.
Dois grandes técnicos, vivendo momentos diferentes.
De um lado, Pep Guardiola, na sua primeira temporada no
clube, aclamado como um dos maiores técnicos do mundo.
Do outro, Arsène Wenger, com uma grande história no
clube, mas vivendo um “inferno astral”: parte da torcida pede sua saída; outra
parte quer sua permanência e alguns de seus colegas o chamam de “O Rei do
Fracasso”.
Mas, o que importa aqui não são os técnicos.
O Arsenal veio a campo com três zagueiros – formação que
já havia dado certo no campeonato inglês.
Vimos uma equipe com mais vontade, com mais garra, com
mais raça.
Vimos, novamente, uma equipe que sai atrás do placar e
que não se abate, que não desiste, que busca o resultado até o fim.
Não foi uma atuação perfeita. Aconteceram erros, vacilos
e falhas.
Ainda assim, valeu a pena sofrer por 120 minutos.
Foi lindo ver a equipe lutar até o fim e ser recompensada
no final.
Foi lindo ver Arsène Wenger vibrando na lateral do campo
(ainda que você não queira que ele continue no comando).
Foi lindo ver os jogadores sorrindo.
Deu até para sonhar com melhores resultados daqui para a
frente.
Com relação à atuação da
equipe, vou deixar aqui, a opinião do colega Lucas Reis, postada numa página de
torcedores do Arsenal:
“Que entrega dos
nossos jogadores! Ox jogou muito, gostei muito da partida de Xhaka e Monreal. Mas
o que me chamou a atenção mesmo foi nossa linha de 3 zagueiros: Holding muito
firme no alto e muito técnico; Koscielny comandando a zaga e fazendo boas
coberturas e Gabriel, mais uma vez, jogando com o coração na ponta da chuteira.”.
Ele expôs tão bem, que pedi
autorização para usar, já que eu não conseguiria descrever melhor o que vi.
O mais curioso é que, dos 06
jogadores citados, 05 são sempre muito contestados nos grupos: só Koscielny
escapa das críticas mais duras.
Após o segundo gol, Paulo Andrade (narrador da ESPN)
disse que Alexis era o herói do jogo.
Respeitosamente discordo.
Em minha opinião o herói do jogo foi Monreal.
Foi Monreal quem nos deu a possibilidade de disputar a
prorrogação e conseguir a classificação.
O importante é que, ao fim de 120
minutos, o “Fracassado” Wenger havia vencido o duelo contra o badalado “melhor
técnico do mundo” Guardiola.
O importante é que, ao fim de 120
minutos, o “Fracarsenal” como alguns torcedores adversários e, pasmem, alguns “torcedores”
do próprio Arsenal o chamam, havia eliminado o “todo poderoso” Manchester City.
Agora é aguardar a final com o
Chelsea.
Até lá. Abraços.